3 de agosto de 2011

16 VÍTIMAS NA PARAIBA RECONHECEM ESTUPRADOR


João Pessoa - A Polícia Paraibana considera Fábio Pereira de Sousa, 43, que também usava o nome falso de Abner Machado Pereira Neto, como o maior estuprador do Brasil. O estuprador confesso de duas crianças em João Pessoa - uma de 9 e outra de 11 anos - já foi reconhecido por 16 vítimas na Paraíba. A polícia paraibana ainda investiga a atuação de Fabio Pereira, em nove estados brasileiros, dos quais cinco estados já foram confirmados. São cinco vítimas em Minas Gerais, duas no Rio de Janeiro, duas na Bahia e uma no Rio Grande do Norte. Ele está preso na Central de Polícia em João Pessoa desde o último dia 28 e deve ser transferido ainda esta semana para o presídio de segurança máxima de Mangabeira.
Fábio Pereira, que usava o nome falso de Abner Machado, teria confessado estupro de duas crianças

Segundo o investigador de Minas Gerais, Luis Carlos Torôco, ele agia desde 1994 no Estado e é fugitivo do presídio de Rio Preto, no interior de MG. Segundo relatos, o estuprador confesso afirmava que seu prazer era ver "as vítimas sentirem dor durante os abusos".

De acordo com as investigações do 5º batalhão, as suspeitas apontam atuação de Fábio também no Ceará, Rio Grande do Sul, São Paulo e Pernambuco.  A polícia na Paraíba ainda investiga qual a real identidade do homem que também contabiliza nos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Norte, três mandatos de prisão por falsificação de documentos. 

De acordo com o tenente coronel Sousa Neto, a prisão foi resultado de mais de oito meses de investigações do 5º batalhão de Polícia Militar. Ele revelou que para as investigações, foram rastreados detalhes colhidos dos depoimentos prestados pelas vítimas desde o dia 19 de novembro do ano passado.

A ficha levantada pelo serviço de inteligência do 5º Batalhão da Polícia Militar, sob o comando do tenente coronel Sousa Neto, mostrou que ele é fugitivo do presídio de Rio Preto (MG), participou de rebelião no presídio de São José de Nepomuceno, também em Minas. A polícia desconfia, ainda, que Fábio Pereira, tenha outros nomes além de Abner Machado Pereira Neto.

Investigações

"Em Minas Gerais, no presídio, ele mesmo contava que a tara dele era fazer a mulher sentir dor. Ele não agia armado e conseguia convencer, na lábia, as meninas que trabalhavam com ele a irem para um apartamento que ele tinha. Mas, chegando lá, elas eram vítimas de uma violência brutal". Isso foi o que contou o investigador do estado de Minas Gerais, Luis Carlos Tarôco que trabalhou na cadeia pública da cidade durante o tempo em que Fábio Pereira esteve preso no mesmo local, sob acusação de estupro. Ele revelou que as vítimas na cidade eram sempre meninas jovens, o que lhe rendeu, no presídio, o apelido de Bill Clinton.

Foram, ao todo, seis vítimas no estado mineiro. Segundo o investigador da Polícia Militar foram três vítimas em São João Nepomuceno, uma em Barbacena e uma em Uberlândia, todas no interior. "Ele vendia publicidade e tinha uma empresa independente onde mantinha trabalhando pra ele várias adolescentes. Era um homem bonito, tinha uma boa conversa e levava elas na conversa para no fim, violentá-las brutalmente", disse.

O investigador revelou ainda que no período em que trabalhou no presídio em que o estuprador esteve preso ele mostrou bom comportamento e tinha o que chamou de "bom papo".

Polícia Paraibana revela como chegou ao criminoso

O comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar de João Pessoa, tenente-coronel Souza Neto, que comandou a operação que resultou na prisão de Fábio Pereira, conhecido na Paraíba como Abner Machado, estuprador confesso, resultou de um processo de oito meses de investigação. Ele ressaltou que as revelações feitas por uma das vítimas, sequestrada no dia 19 de julho deste ano, foram imprescindíveis na investigação. "Ela revelou detalhes pequenos e preciosos como os pontos do percurso durante o sequestro, sotaque do agressor, tatuagens. Refizemos cada ponto do percurso e contamos com o sigilo da família da garota para conseguir prendê-lo", contou.

Ele afirmou também que para o sucesso da operação o sigilo foi fundamental. "Tivemos que agir com bastante sigilo e cautela. Fomos observando as semelhanças nos detalhes revelados pelas vítimas, refizemos todo o percurso que ele fez com uma das meninas e conseguimos rastreá-lo e prender de surpresa, sem deixar possibilidade de fuga", contou. 

Policiais Militares do Serviço de Inteligência do 5º Batalhão entraram em contato com as Polícias de vários estados para levantar a ficha completa. A Polícia Militar de Minas Gerais enviou fotos que confirmaram que, no estado, Abner Machado utilizava o nome de Fábio Pereira.

A transferência de Fábio Pereira da Central de Polícia para o presídio de segurança máxima de Mangabeira, deve acontecer esta semana. De acordo com a delegada de repressão aos crimes contra a infância, Joana D'Arc, a dilatação no prazo para a transferência vai permitir analisar melhor os inquéritos e assegurar a segurança do preso. 

A transferência, que tinha sido prevista para ontem, foi adiada a pedido da delegada.  Segundo ela, isso pode gerar maior facilidade caso no reconhecimento, caso novas vítimas apareçam para reconhecer o estuprador. Ela explicou, ainda, que apesar de ainda não ter passado por julgamento, Fabio Pereira não irá passar pelo Presídio do Róger, que geralmente recebe presos temporários, pois não seria possível garantir a segurança do acusado no local. "Ele afirma ser vítima de muitas ameaças de morte e a revolta da população contra ele é muito grande", contou.

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