Quem viaja pelas estradas entre cidades atingidas pela pior seca das últimas décadas no Sertão do Estado se espanta com a sequência interminável de carcaças de bovinos ao lado das pistas. A morte de cabeças de gado é o impacto mais visível e chocante da estiagem.
Na margem da PB-400, a poucos quilômetros da cidade de Conceição no Vale do Piancó, está instalado o retrato de uma das maiores secas da história. Uma área que há bem pouco tempo era ocupada por pastagem virou cemitério de carcaça de animais mortos de sede e fome. Nessa terça-feira (12), a reportagem do Radar Sertanejo fez algumas imagens da real situação e em um amontoado só registrou pelo menos oito carcaças de animais mortos.
A microrregião do Vale do Piancó é uma das mais castigadas com seca. Na maioria das propriedades o gado espera o socorro que não veio até o momento. Aquelas rezes mais velhas são as que morrem primeiro, já enfraquecidas elas dão o último suspiro e ali deita a cabeça até morrer num retrato triste e cruel que maltrata os animais e humilha o homem forte do sertão por se sentir enfraquecido.
Na região é difícil encontrar um criador que já não tenha perdido ao menos um animal morto de fome. Mesmo aqueles criadores que têm condições financeiras não têm o que fazer, pois não há ração para comprar.
Radar Sertanejo
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